Por Fernando RebouçasApós a renúncia do Papa Bento XVI em fevereiro de 2012, vieram à tona na imprensa, o debate a respeito dos escândalos sexuais no Vaticano
e possíveis desvios de verba na administração do estado da Igreja
Católica. Nos anos 1980 e 1990, antes de se tornar Papa em 2005, o então
cardeal alemão Joseph Ratzinger, era chamado de “rotweiller do papa”.
O cardeal alemão Joseph Ratzinger tinha plenos poderes como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, a antiga Santa Inquisição.
Como prefeito da Congregação foi um defensor da restauração do poder
episcopal, o que abriria caminhos para a ortodoxia. Foi combatente da
Teologia da Libertação, se opondo ao seu ex-aluno Leonardo Boff.
Depois de se tornar Papa em abril de 2005, já como Bento XVI, se
rodeou se cardeais conservadores, mantendo a linha do pontificado de João Paulo II,
seu antecessor, apoiou movimentos católicos autoritários e
conservadores, não permitindo diálogo ou debate para maiores aberturas à
postura da Igreja junto às questões da sociedade.
Porém, apesar dessa postura ultraconservadora, muitos de seus
auxiliares foram acusados de desvios financeiros e de prática de
pedofilia. Após anunciar a sua renúncia, Bento XVI, compreendeu que
estava cercado de grupos vaidosos e ambiciosos que o impediam de se
manter com força no pontificado.
Numa visão geral, até os anos 1990, a Igreja Católica em sua formação
interna era vista pela divisão entre grupos conservadores e
progressistas. Após renunciar, o Papa Bento XVI criticou um novo tipo de
divisão, a do corpo eclesial mantida com hipocrisia religiosa.
Cartas secretas do Papa Bento XVI foram publicadas no livro “Sua Santidade”, de Gianluigi Nuzzi, autor do best-seller Vaticano SA.
Nas cartas há a abordagem sobre escândalos sexuais do padre mexicano
Marcial Maciel e intrigas dentro do Vaticano. O vazamento dessas cartas
causou um desconforto.
Essas cartas eram confidenciais e endereçadas ao Papa Bento XVI, e ao
secretário pessoal do pontífice Gerog Gaenswein. As cartas vazaram a
partir de funcionários da Secretaria de Estado do Vaticano, sendo o fato
considerado como o maior vazamento de documentos na história do
Vaticano.
As cartas abordam detalhes sobre o “escândalo Boffo” e a manobra para
desviar o editor do jornal da Conferência Episcopal italiana, sobre
acusações falsas de assédios sexuais e a homossexualidade dentro da
direção da igreja. O cardeal Tarcisio Bertone, um dos braços direitos de
Bento XVI, também é acusado por tais escândalos. Porém, muitos
jornalistas consideram o autor do livro e seus informantes como
informantes pertencentes a um grupo informal, desde 2012, quando o
próprio Papa Bento XVI nomeou uma comissão de inquérito para investigar
as informações vazadas, os vazamentos ficaram conhecidos como “Vatileaks”.
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